terça-feira, 28 de setembro de 2010

Validation - o poder de um sorriso!

Assista este curta-metragem e veja que interessante o poder que uma atitude positiva tem para desencadear mudanças significativas na vida das pessoas. Está legendado em espanhol e ainda não achei com legenda em português, mas a narrativa é tão simples que todos podemos entender perfeitamente!
 
Uma história bem contada sobre a força que tem o sorriso e a sincronicidade das ações que ele provoca. Tudo o que fazemos a cada instante semeia a semente do futuro. Um intenso abraço e um sorriso desde o coração se traduz em dar o melhor do que temos. Adorei ver a força do amor verdadeiro que nasce de um coração bom, puro e sincero que sabe descobrir o melhor de cada um, inclusive quando parece que não há nada para resgatar... e como isso tem sua recompensa! É verdade, apenas com um sorriso podemos ajudar a mudar o mundo para melhor. E a cara das pessoas quando lhes dizia algo positivo? Que impulso de autoestima!!! É incrível como apenas umas palavras agradáveis podem mudar muitas vidas…Que grande lição!

Mas paradoxalmente nos faz ver que requeremos que o outro nos diga o grandiosos que somos. E ainda que alguém nos diga, na maioria das vezes, não acreditamos. Porque será que nos deixamos contaminar pela sincronicidade negativa ao invés de deixar que as atitudes positivas nos invadam e transbordem para outros??? A felicidade é tão simples, não custa nada dá-la, nem recebê-la, nem compartilhá-la. As coisas pequenas e cotidianas que nem notamos são as que nos fazem a vida mais agradável. Alguém que é feliz internamente, pode repartir felicidade.

Por isso, elogie alguém e isso volta para você também! Sorria sempre!!!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O Caruru que virou Muqueca...


Essa é a estória de um caruru que eu estava desejando e minha amiga Ana Botafogo do Sertão resolveu me oferecer. Mas depois do “Caruru do Curuzú ao Sto Antônio” nosso Caruru virou Muqueca!!!
Na culinária brasileira, arte mestiça, parte integrante da cultura original deste povo, a “moqueca” (“muqueca” para nós baianos) tem um lugar de real destaque.
A peixada trazida pelos portugueses era feita numa grelha de varas ou em apenas folhas de árvores cobertas por cinzas quentes, fogão improvisado pelos índios que era chamado de “moquém”, por isso este prato típico da nossa gente recebe o nome de “moqueca”.

Aos ingredientes da peixada portuguesa somaram-se os ingredientes habituais da culinária africana, introduzidos pelos negros, aqui chegados na mais triste das condições (mas sempre muito sarados e com o sorriso largo de dentes brancos! Ô povo festeiro). Eram eles que, na maioria das vezes (sempre!), estavam à frente das cozinhas das casas-grandes, adaptando o comer europeu aos ingredientes aqui encontrados, e ao paladar vindo dos navios negreiros. Assim, o azeite de oliva juntou-se ao azeite de dendê; o branco leite de coco trouxe uma nota de doçura no contraste com a pimenta-de-cheiro da terra conquistada. A mandioca do índio (ôpa que disso eu entendo!) veio enriquecer a receita, pois da sua farinha faz-se o pirão que acompanha o prato, complementando-o de maneira perfeita.

Em mais de quinhentos anos de Brasil, a moqueca assumiu novos sabores e porque não dizer, outros saberes... Pensando nisso e no dia que passei na companhia de pessoas tão interessantes, divertidas e até mesmo nutritivas (não sei vocês, mas eu me alimento de toda essa alegria!), cheguei a conclusão que todos nós fazemos parte dessa “muqueca de gente”.
Me diz ai se não é uma verdadeira “muqueca” juntar essas figuras inusitadas? Já dei uma amostra de alguns deles: Pequeno Grande Homem, Espinhela Caída, Ana Botafogo do Sertão, Regra de 3 e o Índio das Castanholas (co-adjuvante que tentei preservar, mas depois de reclamações tenho que citá-lo).
Hoje conheci outras figuras que sem dúvida são ingredientes indispensáveis dessa “muqueca”. São eles: “Sr. Cabrueira”, “Menino Rala Coxa”, “Entre 18 e 28 Pode Molhar o Biscoito”, “Graúuuuda”, “Denorex” e “Dr. Dedão” (ou “Double D” ou “WD” segundo Dona Espinhela Caída).
Nessa muqueca rolou de tudo um pouco! Teve gente que quase trocava a “muqueca” por um bom pedaço de coxa (e outras partes tb!), teve dicas do Dr. Dedão para o verão, teve gente com ressaca do casamento, teve gente soltando as pérolas, teve momento paparazzi, teve viagem no túnel do tempo relembrando “o casamento da minha amiga adolescente”e nesse mesmo túnel relembramos o “cabelo de poodle”, teve gente que não pode dançar forró sem tomar a pílula do dia seguinte, teve ataque ao beijú, teve capa de violão que podia virar um belo vestido,

teve gente na biela se oferecendo para ser babá (“Entre 18 e 28 Pode Molhar o Biscoito”), teve gente com bons princípios mas não descobrimos se são bons finais, teve papo religião e “I see dead people”, teve papo de ter filhos gêmeos,

teve análises astrológicas dos signos do Zodíaco e análises psicológicas de relacionamentos, teve gente fazendo planos para os eventos culturais dessa semana e do fim de semana no Rio, e até planos para o próximo feriado na rua, na chuva, na fazenda ou no sítio, teve 2ª rodada de cocada, teve gente querendo voar de asa delta, garçon provocando ciúme por causa da cerveja, teve gente sambando, dançando forró, gente ficando gripada, gente com dor no rim de rir… uma “muqueca” deliciosa!
A moqueca deixou de ser um prato único, para ser a preparação de uma comida que, cozida em panela de barro (“Deus fez o homem do barro”), mistura estes temperos portugueses (loiras dos olhos azuis, cor de mel e castanhos), africanos (cada um tem seu gene dessa raça mas nem todos tem o abdome sarado e a bunda dura) e indígenas (com os cabelos mais lisos que nenhuma escova ou chapinha consegue fazer e uma cútis que não envelhece) e excita a imaginação de quem cria arte com os sabores. A nossa “muqueca” é o manjar brasileiro por excelência. E essas “pessoas ingredientes”, ou melhor dizendo, “temperos exóticos” (e também eróticos!), é que fazem a diferença no sabor!!!
Eita muqueca gostoooosaaaa!!!

domingo, 26 de setembro de 2010

Caruru dos Meninos - São Cosme e São Damião


O “Caruru dos meninos” faz parte da minha infância e a cada dia sinto que essas lembranças se fazem mais vivas em mim. Meu pai é gêmeo e por causa disso minha avô Joana todo ano fazia o Caruru dos 7 meninos (que se multiplicavam ao longo do dia). Minha mãe, por causa do meu pai, resolveu seguir a tradição e durante alguns anos também oferecia o Caruru dos 7 meninos (entre eles sempre estavam meus 2 irmãos e eu sempre de fora observando o ritual). Coincidentemente meu marido é do signo de gêmeos e tem grande simpatia pelos Santos Gêmeos. Temos até uma imagen dos Santinhos aqui em casa.

Como comentei no post anterior, vou deixar aqui algumas informações e curiosidades interessantes sobre os irmãos médicos que viraram santos e que são o motivo de tanto caruru no mês de setembro.

Segundo a história São Cosme e Damião, os santos gêmeos, nasceram na Arábia, no século III, filhos de uma família nobre. Estudaram medicina na Síria e depois foram praticá-la em Egéia. Circunstancialmente entraram em contato com o Cristianismo, tornando-se fervorosos seguidores do cristianismo.

Confiando sempre no poder da oração e na confiança da providência divina usaram sua arte médica para curar os necessitados. Não cobravam por seus serviços médicos, e por esse motivo eram chamados de "anárgiros", ou seja, aqueles que "não aceitam dinheiro por seu trabalho". O seu objetivo principal era a conversão dos pagãos à fé cristã, o que bem faziam através da prática da medicina. Desta forma, conseguiram plantar em terra fértil a semente cristã em muitos corações, sendo numerosas as conversões.

Cosme e Damião viveram alguns anos como médicos e missionários na Ásia Menor. As atividades cristãs dos médicos gêmeos chamaram a atenção das autoridades locais da época, justamente quando o Imperador romano, Diocleciano, autoriza a perseguição aos cristãos, por volta do ano 300. Por pregarem o cristianismo em detrimento dos deuses pagãos, foram presos e levados a tribunal e acusados de se entregarem à prática de feitiçarias e de usar meios diabólicos para disfarçar as curas que realizavam. Ao serem questionados quanto as suas atividades, São Cosme e São Damião responderam: "Nós curamos as doenças em nome de Jesus Cristo e pelo seu poder". Recusando-se adorar os deuses pagãos, apesar das ameaças de serem torturados, disseram ao governador que os seus deuses pagãos não tinham poder algum sobre eles, e que eles só adorariam o Deus Único, Criador do Céu e da Terra“!

Por não renunciarem aos princípios religiosos cristãos sofreram terríveis torturas; porém, elas foram inúteis contra os santos gêmeos, e, em 303, o Imperador decretou que fossem decapitados. Cosme e Damião foram martirizados no ano de 303, na Egéia. Seus restos mortais foram transportados para a cidade de Cira, na Síria, e depositados numa igreja a eles consagrada. No século VI uma parte das relíquias foi levada para Roma e depositada na igreja que adotou o nome dos santos. Outra parte dela foi guardada no altar-mor da igreja de São Miguel, em Munique, na Baviera. Os santos gêmeos são cultuados em toda a Europa, especialmente Itália, França, Espanha e Portugal. Em 1530, na cidade de Igaraçu, em Pernambuco, foi construída uma igreja em sua homenagem.
Aqui em Salvador
todos os dias, antes das 6h, quando acontece a primeira missa na Igreja de São Cosme e São Damião, no bairro da Liberdade, já é possível encontrar pessoas na porta. Pequena, simples, mas visitada durante o ano inteiro, a igreja precisa conviver cotidianamente com o sincretismo que caracteriza a devoção a esses santos.

São Cosme e Damião são venerados como padroeiros dos médicos e farmacêuticos, e por causa da sua simplicidade e inocência também são invocados como protetores das crianças.
Como acontece com tantos outros santos, a vida dos santos gêmeos está mergulhada em lendas misturadas à história real. Segundo algumas fontes eles eram árabes e viveram na Silícia, às margens do Mediterrâneo, por volta do ano 283. Praticavam a medicina e curavam pessoas e animais, sem nunca cobrar nada.
O culto aos dois irmãos é muito antigo, havendo registros sobre eles desde o século 5, que relatam a existência, em certas igrejas, de um óleo santo, que lhes levava o nome, que tinha o poder de curar doenças e dar filhos às mulheres estéreis.
Aqui no Brasil, a devoção trazida pelos portugueses misturou-se com o culto aos orixás-meninos (Ibjis ou Erês) da tradição africana yoruba. São Cosme e São Damião, os santos mabaças ou gêmeos, são tão populares quanto Santo Antônio e São João. São amplamente festejados na Bahia e no Rio de Janeiro, onde sua festa ganha a rua e adentra aos barracões de candomblé e terreiros de umbanda. No dia 27 de setembro as crianças saem às ruas para pedir doces e esmolas em nome dos santos e, as famílias aproveitam para fazer um grande almoço, servindo a comida típica da data: o chamado caruru dos meninos.

Segundo a lenda africana, os orixás-crianças são filhos de Iemanjá, a rainha das águas e de Oxalá, o pai de toda a criação. Outras tradições atribuem a paternidade dos mabaças (gêmeos) a Xangô, tanto que a comida servida aos Ibejís ou Erês, chamados também carinhosamente de “crianças” é a mesma que é oferecida a Xangô, o senhor dos raios, o caruru. Uma característica marcante na Umbanda e no Candomblé em relação às representações de São Cosme e São Damião é que junto aos dois santos católicos aparece uma criancinha vestida igual a eles. Essa criança é chamada de Doúm ou Idowu, que personifica as crianças com idade de até sete (7) anos de idade, sendo ele o protetor das crianças nessa faixa de idade. Só na Bahia existem essas imagens com Doúm. Junto com o caruru são servidas também as comidas de cada orixá, e enquanto as crianças se deliciam com a iguaria sagrada, à sua volta, os adultos cantam cânticos sagrados (oríns) aos orixás. 


A COMIDA
O “Caruru de São Cosme e São Damião” ou “Caruru dos Meninos” homenageia os santos gêmeos da igreja católica, os Ibêjis do candomblé e também as crianças. Tudo precisa ser feito no mesmo dia: caruru, xinxim de galinha, vatapá, arroz, milho branco, feijão fradinho, feijão preto, farofa, acarajé, abará, banana-da-terra frita e os roletes de cana.
A dimensão da oferenda é medida pela quantidade de quiabos do caruru. Cada um faz como pode: 1 mil, 3 mil ou até 10 mil quiabos. Quando a comida fica pronta, coloca-se uma pequena porção nas vasilhas de barro aos pés das imagens dos santos, ao lado das velas, balas e água. Depois, serve-se o caruru a sete meninos com, no máximo, 7 anos cada. Eles comem juntos, com as mãos, numa grande gamela de barro ou bacia. Só então é a vez dos convidados participarem da celebração.

Os primeiros a serem servidos são os donos da festa: São Cosme e São Damião. As oferendas são precisamente colocadas no altar decorado para a ocasião. Procedida a cerimônia, chama-se os sete meninos, especialmente convidados para iniciar a comilança. A tradição manda que se prepare uma roda de sete meninos. Geralmente é colocada uma toalha de mesa no chão e as crianças se sentam ao redor. Eles geralmente sentam-se no chão e comem em pequenos pratinhos de barro, ou em um único grande prato como uma bacia. Não usam talheres, usam as mãos. Mas algumas mudanças já ocorrem em torno da tradição do Caruru de cosminho como misturar meninos e meninas, comer com talheres; ao final eles levantam-se e juntos cantam a musica de Cosminho juntos com os outros convidados da festa.
“São Cosme mandou fazer
A sua camisa azul
No dia da festa dele
São Cosme quer Caruru
Vadeia Cosme, vadeia!
Vadeia Cosme, vadeia!”
“Cosme e Damião
Vêm comer teu Caruru
Que é de todo ano
Fazer Caruru pra tu
Vem cá, vem cá, Dois-dois
Vem cá, vem cá, Dois-dois
Quando era criança me lembro muito bem que minha mãe fazia o caruru dos meninos por causa do meu pai e seguia todos os preceitos ao pé da letra. E eu sempre ficava intrigada porque só os meninos comiam naquela tigela enorme, metendo as mãos na comida e sentindo um prazer indescritível naquele ato. Eu, uma menina, tinha que esperar pra comer junto com todos os outros pobres mortais e com talheres...

CURIOSIDADES

- Mas por que caruru para sete meninos? Segundo a peculiar tradição afro-luso-baiana, existiam sete irmãos: Cosme, Damião, Doú, Alabá, Crispim, Crispiniano e Talabi, conta Odorico Tavares, em seu livro “Bahia – Imagens da terra e do povo”.
- A fertilidade das iorubás, que tem inclusive motivado pesquisas médicas, provavelmente é um dos motivos da importância dos santos e orixás irmãos. A Nigéria, inclusive, é o país com o maior índice de nascimento de gêmeos no mundo inteiro.
- No modo africano de homenagear os Ibeji e também outros orixás, o pedido de esmola para a preparação da comida é um ponto fundamental. A mesma tradição já existiu na Bahia, mas foi abandonada pela maioria das pessoas. Entretanto, ainda é possível encontrar quem mantenha esse costume, inclusive fora da Bahia.
- Existem várias recomendações para quem faz o caruru, que cada um escolhe obedecer ou adaptar. Quem oferece o caruru deve cortar o primeiro quiabo e, depois de pronto, colocar a comida aos pés dos santos em vasilhas novas e fazer um pedido. A galinha do xinxim não pode ser comprada morta. Durante a festa não deve ser servida bebida alcoólica. E quem encontrar no prato um quiabo inteiro deve oferecer um caruru no próximo ano.
E eu conheço gente que achou o quiabo inteirinho...
 

sábado, 25 de setembro de 2010

Caruru do Curuzú ao Sto Antônio...sincretismo de saberes e sabores pela noite de Salvador!

Fui convidada pra uma festa de campanha política, apesar de não estar engajada nesse assunto. Aceitei o convite imediatamente primeiro por ter sido convidada por uma amiga muito querida e animada como eu, depois porque estava doida pra ver o Ilê-Aiyê e de quebra comer o caruru de Cosme e Damião (assunto esse que vou comentar em outro post).

Todos os amigos conectados e combinados de ir a tal festa. Preciso antes descrever a aventura de chegar ao Curuzú. Para manter a integridade das pessoas envolvidas usarei codinomes (mas quem conhece as figuras logo vai identificá-las). Pois bem, o ponto de encontro foi na casa do "Pequeno Grande Homem" e de lá seguiriamos de táxi porque nossa amiga "GPS de quadrado" (ela não consegue se localizar nem no próprio quadrado...kkkk!!!) imaginou que a quadra do Ilê era no Pelourinho... tadinha, o GPS dela é limitado a algumas áreas restritas da cidade....kkkk!!! Depois de muito debate sobre a localização geográfica do Curuzú e constatar que ir de táxi seria a maior roubada, houve também um pequeno impasse sobre quem ia dirigindo e em qual carro iriamos fazer a tal "viagem". Nossa amiga "GPS de quadrado", também conhecida como "Espinhela Caída", além de reclamar de dor nas costas dava ordens de direção (todas elas equivocadas claro!) para o nosso motorista que já estava a ponto de levantar a espinhela dela com uma porrada. Nosso "Pequeno Grande Homem" era nosso guia na jornada para chegar ao Curuzú. Pelo caminho passamos pela grandiosa obra do nosso secular metrô (que pelo tempo que leva pra terminar porque não dizer milenar) e nossa amiga "Vestido no Umbigo" extasiada com a iluminação azul dos pilares da via do metrô nos conta um diálogo que teve com seu sobrinho de 5 anos que vale a pena reproduzí-lo: (foram suprimidas desse diálogo as partes referentes ao tema "silicone")
- Tia eu conheço um homem que viveu até 100 anos.
- E como foi que ele conseguiu isso?
- Ah tia, isso foi porque ele só cuidava da vida dele...
Esse foi um momento de profunda reflexão diante da sabedoria de um menino de 5 anos...
Passado esse momento de reflexão e de constatação de que o segredo de ter uma vida longa é cuidar da própria vida e deixar de meter o nariz (e outras coisas mais) na vida dos outros, seguimos nosso itinerário.
Segundo as indicações de cada um dos ocupantes do carro a impressão que tive foi de que todos os caminhos levavam ao Curuzú, mas o tal Curuzú nunca chegava... finalmente, achamos a tão famosa e cantada Ladeira do Curuzú e a quadra do Ilê-Aiyê.
Ah! Esqueci de contar que nossa amiga "Ana Botafogo do Sertão", que nos convidou para essa festa, foi com seu "peguete" (tradução para os que ñ são baianos: paquera, caso, ficante, pré-namorado) de taxi e coincidentemente chegou no mesmo instante que nós depois de ter ligado inúmeras vezes para o celular de "Espinhela Caída" que estava na mala do carro (vcs acham que ela é loira???).

Chegamos e a candidata homenageada estava ainda discurssando e pedindo "pelo amor de Deus e do Vovô do Ilê" votos para sua candidatura e a fila para o caruru maior do que a do SUS. Mas foi tudo lindo e cor de rosa!!! Mas eu saí sem comer o caruru...e "Vestido no Umbigo" e "Pequeno Grande Homem" comeram mesmo depois de "Ana Botafogo do Sertão" ter achado o caruru com uma cor meio estranha, meio vermelho... (será que era do PT???)

Como a festa não ia render muito mesmo decidimos ir pra um samba no Santo Antônio além do Carmo e recomeçamos a viagem do GPS quebrado... Algumas entradas e saídas depois chegamos no tal samba e me senti no Baixo Gávea do Rio de Janeiro. Gente bonita, descolada, diversidade pra todos os gostos, música bacana e cerveja gelada! Tive que acompanhar "Espinhela Caída" ao banheiro como sempre e, como sempre também, arranjei um fã que me reconheceu como sendo "ah essa não é aquela menina da novela da Globo?". Ninguém merece....kkkkk!!! Mas contornei a situação como sempre com o maior carinho que tenho com os meus fãs.....kkkkk (sou insuportávelmente elegante...kkkk)!!! Só não sei até hj com quem ele me achou parecida (????).

Estavamos todos tão animados e querendo experimentar todos os sabores daquela noite inusitada pelo centro histórico e estórico de Salvador que decidimos ir dançar forró no Alforria. Mulher 10, Homem 15 mas depois de complexa negociação entre o porteiro do local caracterizado de dançarino de gafieira de 5º categoria e nossa amiga "Vestido no Umbigo" ficou decidido que para nosso grupo seria feito um desconto camarada: Mulher 5 e Homem 10!!! E ainda tinha direito a um prato de caruru!!!! Obaaaaa!!! Finalmente eu ia me esbaldar!!! Dançar forró e comer caruru de Cosminho e Damião era tudo que eu precisava pra completar essa noite espetacular! Ambiente gostoso, forrozinho pé de serra ao vivo, um parceiro que dança chamegando, caruru frio mas delicioso, e uma turma de amigos animadíssima já tava de bom tamanho!
O trio parada dura "Espinhela Caída", "Vestido no Umbigo" e "Pequeno Grande Homem" misturaram os pratos do caruru e acabaram achando um quiabo inteiro! Reza a lenda que quem acha o quiabo inteiro no caruru tem que oferecer um caruru pra Cosme e Damião. Ou seja, ano que vem já tenho caruru garantido pelo trio! Pensaram que eu ia esquecer de mencionar isso né?!
"Espinhela Caída" até ensaiou um forrozinho com "Pequeno Grande Homem" que também deu uma dançadinha com "Vestido no Umbigo". Mas o destaque da noite foi nossa "Ana Botafogo do Sertão" com seu peguete "Regra de 3" dando show de "Cabrueira" (com todos os direitos reservados da marca...kkkk!!!).

Quando achei que a noite tinha terminado ainda encontro "Espinhela Caída" e "Vestido no Umbigo" já do lado de fora do bar rezando, não só pra Sto Antônio mas pra todos os santos, pra que a gente saísse logo porque um certo incoveniente (ou melhor, CHATO mesmo!) que se acha "legal" estava já querendo entrar na semana das meninas. "Vestido no Umbigo" coitada ficou aflita por conta do marido, mas nada que umas boas risadas não resolvessem!
Na volta pra casa nosso "Pequeno Grande Homem" queria ir no posto tomar um chopp bem gelado e "Espinhela Caída" queria tomar café no Fran's Café. "Vestido no Umbigo" queria ir buscar seu carro no Rio Vermelho pra ir pra casa dormir e acordar cedo pra ligar pro marido e contar que saiu antes que o "Chato Bacana que se acha Legal" ligasse e fizesse a fofoca. Eu e meu parceiro de todas as venturas e desventuras estavamos no artigo 18 (o que ocorrer!). "Ana Botafogo do Sertão" e seu "Regra de 3" ficaram no forró e Deus é quem sabe como isso terminou.
Como "Espinhela Caída" não achou a Feira do Japão na Liberdade (será que ñ é em São Paulo???) resolvemos dar por encerrada nossa noite e cada um pegou seu carro e foi pra sua casa.
Mas essa estória ainda ñ terminou... domingo vamos ter mais resenha!!!
O Caruru que virou Muqueca....

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Children SEE... Children DO.

Children SEE...children DO. Vamos cuidar das nossas atitudes pois tem GENTE vendo e somos responsáveis pelos adultos que eles se tornarão...



 

Frase do dia...


"Desconfio de quem nunca me pediu nada. Geralmente, aqueles que se sentam à mesa sem apetite são os que mais comem."

Getúlio Vargas

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A Dança das Flores

Bom dia!

Devo dizer que meu dia não começou muito bom assim... estou com a rinite atacada e uma dor de cabeça insuportável... mas por que se lamentar se a Primavera está ai querendo dar o ar da sua graça? Por isso deixo aqui uma poesia que consegue expressar minha relação com a primavera. Espero que disfrutem!



Flor do jardim,
flor que deveria ser da
primavera,
mas que preferiu enganar as estações.
Leve flor carregada pelo vento.
E nele desliza como que em delicada dança,
Flor que teve por par a brisa.
Brisa que acalmou o vento,
do
som que se escondia no silêncio,
dos segredos que, embora ditos,
somente foram ouvidos
pelos que tinham ouvidos de
ouvir,
pois que escutavam
com a alma,
pois que conheciam
os caminhos do
coração.
Flor que é
delicadeza no botão,
e esplendor
no seu momento mágico.
Flor que decora
o circo da vida,
onde os pecados
convivem com as virtudes,
onde o perdão os liberta,
e os transforma
em sementes renovadas.
Feliz Primavera!

Gilberto Brandão Marcon

A Educação da Sensibilidade

"Tudo o que pode ser ensinado se divide em duas classes: Saberes e Sabores.

Os saberes têm a ver com o pensamento lógico e a ciência. São indispensáveis para o conhecimento do mundo. Aumentam o nosso poder.

Os sabores têm a ver com a educação da sensibilidade, a capacidade do indivíduo para 'degustar' o mundo. Os sabores têm a ver com Eros.
Saberes são 'meios'. Sabores são 'fins'."

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Um convite à degustação das palavras...

Olá visitantes!
Quero dar as boas vindas e compartilhar a alegria do meu primeiro post! Depois de várias tentativas, resolvi dar início ao exercício diário de escrever  no Blog e compartilhar saberes e sabores.
Primeiro pensei em fazer um blog para falar dos meus pensamentos, das minhas idéias, comentar os pensamentos e idéias de pessoas que admiro… enfim, seria aqui mais um espaço para estar em contato com a imaginação, terra fértil que eu tanto gosto de trabalhar!
Como sou uma gulosa e adoro fazer minhas misturas pensei também em fazer um blog sobre as minhas receitas para compartilhar e trocar idéias e ingredientes. Afinal não há nada mais “imaginativo” do que uma cozinha totalmente experimental e uma cozinheira muito maluca…kkkk!!!
Como sou artista também pensei em fazer um blog sobre teatro, cinema, música, dança… devaneios…
Minha vida é uma viagem sem fim, então também pensei em fazer um blog sobre dicas de viagem, contar minhas experiências em outros países, outras culturas, outros saberes, outros sabores…
Pois é isso! Aqui vamos ter tudo isso junto!
Só me resta desejar: Bom apetite na leitura!!!